quarta-feira, 23 de abril de 2008

COMUNICAÇAO HUMANA E RELAÇOES INTERPESSOAIS

por:Cássia, Neto, Hohana e Vanessa.



Introdução



Kurt Lewin, desde sua chegada à América, preocupou-se em definir cientificamente aquilo que ele foi o primeiro a chamar de “dinâmica dos grupos”.Com esta finalidade questionou e redefiniu as metodologias e as teorias tradicionais em psicologia social.
Kurt Lewin lançou-se simultaneamente,à exploração de três problemas-chaves que o levaram a descobertas sobre a gênese e a dinâmica dos agrupamentos humanos, considerados atualmente geniais.
As descobertas mais difinitivas em psicologia social após a morte de Lewin foram realizadas a partir de esquemas guestaltistas e no interior de projetos de pesquisas-açoes sobre os micro-fenômenos de grupo.O balanço dos dados adquiridos desde Lewin sobre estes três problemas-chaves,à saber: a comunicação humana, o aprendizado da autenticidade, o exercício da autoridade em grupo de trabalho.

UMA INTUIÇAO DE GENIO

Foi preciso o gênio de Lewin, sua capacidade de atenção, de vigilância e seu acompanhamento dos processos em causa no grupo de trabalho, para identificar com tanta perspicácia e penetração o obstáculo fundamental à integração dos agrupamentos humanos e à sua criatividade.
Kurt Lewin conseguira desde há algum tempo agrupar em torno dele uma equipe de pesquisadores e organizar com eles seu Centro de Pesquisas em Dinâmica dos Grupos, no M.I.T.
Um dia, entretanto, no momento em que a auto-avaliaçao parecia uma vez mais encaminhar-se para uma constatação negativa, Kurt Lewin, enunciou a seguinte hipótese: “se a integraçao entres nos não se realiza e se, paralelamente, nossas pesquisas progridem tão pouco, tal fato pode ocorrer em razão de bloqueios que existiram entre nos ao nível de nossas comunicações”.
Desta hipótese Kurt Lewin quis extrapolar um implicação imediata. “Se minha hipótese é valida, teremos que consentir em questionar nossos modos atuais de comunicação e, se preciso, aprender modos mais funcionais de comunicar entre nós. E isto só será possível, em minha opinião, se paralelamente às nossas sessões de trabalho, mantivermos encontros nos quais nos reencotraríamos todos juntos, fora de todo contexto de trabalho, preocupados tão somente em nos comunicar de modo autêntico. Para que este aprendizado seja valido e favoreça realmente a evolução de nossa equipe de trabalho uma condição me parece essencial: todos devem estar de acordo em participar e com vontade de aprender a comunicar de modo autentico”.
No momento lembraremos que Lewin e seus colaboradores, desde que consentiram em dialogar tomaram consciência de que suas relações interpessoais, aparentemente confiantes e positivas, eram de fato inautenticas pelo fato de não terem como base comunicações abertas entre eles.
Desde que conseguiram assinalar as fontes de bloqueio e de filtragem em suas comunicações, suas relações interpessoais evoluíram, tornando-se mais autenticas, e deu-se a integração entre eles no plano de trabalho. A coesão e a solidariedade resultantes mudaram profundamente a atmosfera de suas sessões de trabalho. Estas conseguiram, a partir deste momento, ritmos crescentes de produtividade e de criatividade.

NECESSIDADES INTERPESSOAIS

Lewin e seus colaboradores descobriram que a produtividade de um grupo e sua eficiência estão estreitamente relacionadas não somente com a competência de seus menbros, mas sobretudo com solidariedade de suas relações interpessoais.
Mais adiante, o próprio Lewin e alguns de seus discípulos, tentaram fazer novas experiências sobre este fenômeno e destacar as implicações desta descoberta. Mas quem levara mais longe a exploração e a analise da dinâmica dos grupos de trabalho será um psicológico americano, professor em Harvad, W.C.
O que devemos reter aqui e que marca um progresso notável sobre as teorias esboçadas por Lewin e que repousavam apenas sobre dados forçosamente provisórios naquele momento, são as luzes trazidas por Schutz sobre a interdependência e a estreita correlação que existe em todo grupo de trabalho entre seu grau de integração e seu nível de criatividade.Mas onde Schutz inova realmente é através de sua teoria das “necessidades interpessoais”. Com este conceito Schutz pretende especificar o seguinte: os menbros de um grupo não consentem em integrar-se senão a partir do momento em que certas necessidades são fundamentais porque todo ser humano, que se reúne em grupo qualquer, as experimenta ainda que em graus diversos. Por outro lado, estas necessidades, segundo ele, são interpessoais no sentido de que somente em grupo e pelo grupo elas podem ser satisfeitas adequadamente.
Schutz identificou três necessidades interpessoais. Estas: a necessidade de inclusão, a necessidade de controle e a necessidade de afeição.

Schutz define a necessidade de inclusão como a necessidade que experimenta todo membro novo de um grupo em se perceber e em se sentir aceito, integrado, valorizado totalmente por aqueles aos quais se junta.
No momento das tomadas de decisão, que esta necessidade procura ser satisfeita da maneira mais imperiosa. Um membro sente-se definitivamente incluído no grupo ao se perceber como um participante integral de cada uma das fases do processo de tomada de decisão. Esta necessidade é, portanto, a expressão do desejo que experimenta todo membro de um grupo de possuir um status positivo e permanente no interior do grupo, em não se sentir em nenhum momento marginalizado pelo grupo.
Os indivíduos menos socializados procuram integrar-se ao grupo adotando atitudes de dependência. È o caso dos membros socialmente infantis. Por outro lado, aqueles que não superam a fase da revolta típica da adolescência tentam impor-se ao grupo através de atitudes de contra-dependencia e forçar assim sua inclusão no grupo. Os indivíduos melhor socializados,segundo Schutz, são os únicos que encontram em suas relações interpessoais cada vez mais positivas, uma satisfação adequada à sua necessidade de inclusão, adotando para com os outros membros do grupo atitudes ao mesmo tempo de autonomia e de interdependência.

Para Schutz, a necessidade de controle consiste, para cada membro, em se definir para si mesmo suas próprias responsabilidades no grupo e também as de cada um que com ele forma o grupo. È a necessidade que experimenta cada novo membro de se sentir totalmente responsável por aquilo que constitui o grupo: suas estruturas, suas atividades, seus objetivos, seu crescimento, seus progressos.
Todo membro de um grupo deseja e sente necessidade de que a existência e a dinâmica do grupo não escapem totalmente a seu controle. Também aqui os menos socializados, aqueles que há pouco, no plano da inclusão, mostravam-se dependentes, adotaram atitudes infantis ao exprimir sua necessidade de controle. Tenderão a demitir-se de toda responsabilidade e a delegá-la a outros, aqueles que percebem como dotados de poder carismáticos. Em conseqüência, adotam aquelas atitudes que Schutz qualifica de abdicadoras. Aqueles que se sentem rejeitados e mantidos à margem das responsabilidades no grupo, tenderão a cobiçar o poder e a querer, se preciso, assumir sozinhos o controle do grupo. Estes últimos adotam em grupo, cada vez que lhes são confiadas responsabilidades, atitudes de autocratas.
Os mais socializados, enfim, os possuidores de maior maturidade social, tem tendência a se mostrar democratas, isto é, a pensar e a querer o controle do grupo em termos de responsabilidade partilhadas.

Necessidade de afeição é o secreto desejo de todo individuo em grupo de ser percebido como insubstituível no grupo: cada um procura recolher sinais concludentes ou convergentes de que os outros membros não poderiam imaginar o grupo sem sele.
Alguns, os mesmo que há pouco mostravam-se dependentes no plano de inclusão, e abdicadores em relação ao controle, tentam satisfazer suas necessidades de afeto, através de relações privilegiadas, exclusivas e geralmente possessivas. Adotam então atitudes infantis, esperando ser percebidos e aceitos no papel de criança mimada do grupo, não desejando senão receber. Desejam secretamente estabelecer em grupo relações hiperpessoais. Aqueles que, ao contrario, se sentem rejeitados ou ignorados pelo grupo, cedem a mecanismo que os adotam, como uma reação de defesa contra as necessidades de afeição que experimenta, atitudes adolescentes de aparente indiferença ou frieza calculada.Preconizam, quando não reclamam relações unicamente formais, e estritamente funcionais entre os membros. Não querem ou não podem dar nem receber. Furtam-se assim a toda tentativa de estabelecer a solidariedade interpessoal sobre uma base mais profunda de amizade. Ocultam sistematicamente sua necessidade de afeição e mostram-se como hipopessoais. Enfim, os mais altruístas, os mais socializados, não obedecem nem a mecanismo de defesa nem a mecanismo de compensação. Desejam ser aceitos totalmente a afeiçoados ao grupo pelo que são. Mas neles esta necessidade de afeição encontra plena satisfação nos laços de solidariedade e de fraternidade que se estabelecem entre eles os outros membros do grupo. Somente estes, porque tornaram-se capazes de dar e de receber afeição, estabelecem suas relações em nível autenticamente interpessoal.

EXPRESSAO DE SI E TROCAS COM OUTRO

As teorias de Schutz sobre a necessidades interpessoais marcam um evidente progresso sobre algumas das descobertas de Lewin. Schutz, entre outros, conseguiu explicar-nos experimentalmente o que Lewin havia percebido de modo intuitivo, a saber: como e porque um grupo que não conclui sua integração é incapaz de criatividade duradora. Por outro lado Schutz não conseguiu ir alem do nível das relações interpessoais.Com ajuda de instrumentos validados por ele, diagnosticou com muito acerto e não sem mérito, que há uma equação entre a integração de um grupo, a solidariedade interpessoal de seus membros e a satisfação em grupo e pelo grupo das necessidades de inclusão, de controle e de afeição de seus membros.Ja se aceita como um dado de realidade que somente em um clima de grupo em que as comunicações são abertas e autenticas, as necessidades interpessoais podem encontrar satisfações adequadas.Todos tem centrado o estudo sobre a expressão de sei na troca com o outro: como comunicar com o outros para que o dialogo se estabeleça.

1.A explicação cientifica da natureza da comunicação humana data das descobertas da cibernética.A comuniçao humana só existe realmente, quando se estabelece entre duas ou mais pessoas um contato psicológico.

2.A comunicação varia segundo os instrumentos utilizados para estabelcer o contato com o outro, segundo as pessoas em processo de comunicação, enfim, segundo os objetivos em vista.

A.Os instrumentos
Quanto aos instrumentos empregaods, a comunicação pode ser verbal se alguém utiliza a linguagem oral ou escrita para iniciar e estabelecer o contato com o outro.
Todo recurso a outro instrumento que permita ou favoreça o contato com o outro, é classificado pelo termo genérico de comunicação os gestos, as expressões faciais, as posturas.
A comunicação humana que pretende ser exclusivamente verbal corre o risco de intelectualizar-se, de se tornar cebebrina. Por outro lado, a comunicação que pretendesse dissociar-se de todo recurso à linguagem seria dificilmente inteligível ao outro, pelo fato de não recorrer a uma simbolização na expressão de si.Somente uma comunicação que seja verbal e não-verbal ao mesmo tempo tem condições de ser adequada.A integração funcional e orgânica destes dois modos de expressão do eu choca-se, sobretudo no plano não verbal, contra tabus e proibições coletivas ou ainda contra resistências emotivas cuja fonte é geralmente a personalidade profunda do individuo em causa.

B. As pessoas
Quanto as pessoas implicadas é preciso distinguir entre comunicação a dois e comunicação de grupo. As comunicações a dois podem ser autenticas mesmo quando provisórias.É o caso das comunicações a dois chamadas profissionais.
As comunicações de grupo podem ser distinguidas entre a comunicação intra-grupo, quando se estabelecem entre os membros de um mesmo grupo, e comunicações inter-grupos, quando constituem contatos e trocas entre dois ou vários grupos.

C. Os objetivos
Quanto aos objetivos, podemos distinguir entro comunicação consumatoria e comunicação instrumental. A comunicação consumatoria tem por fim exclusivo a troca com o outro; “falar por falar”.
A comunicaçao instrumental, ao contrario, é sempre utilitária e comporta sempre segundas-intençoes. Na comunicação consumatoria o outro é percebido como um sujeito ao encontro de quem se vai e com quem se deseja comunicar; na comunicação instrumental, o outro é percebido como um objeto a explorar, a seduzir ou a enganar, com o objetivo de assegurar certos ganhos e satisfazer alguns interesses.

CONCLUSAO
Quanto mais o contato psicológico se estabelece em profundidade, mais a comunicação humana terá possibilidade de ser autentica.
Quanto mias a expressão de sei conseguir integrar a comunicação verbal e a não-verbal, mais a troca com o outro terá condições de ser autentica.
Quanto mais a comunicação se estabelecer de pessoa a pessoa para alem dos personagens, das mascaras, dos status e das funções, mais terá possibilidade de ser autentica.
Quanto mais as comunicações intra-grupo forem abertas, positivas e solidárias, mais as comunicações inter-grupos terão possibilidade, em conseqüência, de serem autenticas e de não servirem de evasão ou de compensação a uma falta de comunicações internas em seu próprio grupo.
Quanto mais a as comunicações humans forem consumatorias(isto é, encontros de sujeito a sujeito), menos elas serão instrumentais (isto é, manipulações do outro) e mais possibilidades terão de se tornarem alocentricas e autenticas.